Grandes Mestres da Capoeira

Mestre: Bimba 
Nome: Manoel Dos Reis Machado

Manoel dos Reis Machado, também conhecido como Mestre Bimba (Salvador, 23 de Novembro de 1900 - Goiânia, 05 de Fevereiro de1974), foi criador da Luta Regional Baiana, mais tarde chamada de capoeira regional.

Ao perceber que a capoeira estava perdendo seu valor cultural e enfraquecendo enquanto luta, Mestre Bimba misturou elementos da Capoeira Tradicional com o batuque (luta do Nordeste Brasileiro extinta com o passar do tempo) criando assim um novo estilo de luta com praticidade na vida, com movimentos mais rápidos e acompanhada de música Assim conquistou todas as classes da sociedade. Foi um eximio lutador e acima de tudo um grande educador, foi o responsavel por tirar a capoeira da marginalidade. Praticantes dessa arte se denominam "capoeira", pois, para eles, a capoeira é um estilo de vida - ser, pensar, agir como um capoeira.
Bimba empunhava regras para os praticantes da capoeira regional, sendo elas:
- Não beber, e não fumar. Pois os mesmos alteravam o desempenho e a consciência do capoeira.
- Evitar demonstrações de todas as técnicas, pois a surpresa é a principal arma dessa arte.
- Praticar os fundamentos todos os dias.
- Não dispersar durante as aulas.
- Manter o corpo relaxado e o mais próximo do seu adversário possível, pois dessa forma o capoeira desenvolveria mais.
- Sempre ter boas notas na escola.


                                                                                                                          
Mestre: Pastinha 
Nome: Vicente Joaquim Ferreira Pastinha

Vicente Joaquim Ferreira Pastinha (Salvador, 5 de abril de 1889 — Salvador, 13 de novembrode 1981), foi um dos principais mestres de Capoeira da história.


Mais conhecido por Mestre Pastinha, nascido em 1889 dizia não ter aprendido a Capoeira em escola, mas "com a sorte". Afinal, foi o destino o responsável pela iniciação do pequeno Pastinha no jogo, ainda garoto. Em depoimento prestado no ano de 1967, no 'Museu da Imagem e do Som', Mestre Pastinha relatou a história da sua vida: "Quando eu tinha uns dez anos - eu era franzininho - um outro menino mais taludo do que eu tornou-se meu rival. Era só eu sair para a rua - ir na venda fazer compra, por exemplo - e a gente se pegava em briga. Só sei que acabava apanhando dele, sempre. Então eu ia chorar escondido de vergonha e de tristeza." A vida iria dar ao moleque Pastinha a oportunidade de um aprendizado que marcaria todos os anos da sua longa existência.
"Um dia, da janela de sua casa, um velho africano assistiu a uma briga da gente. Vem cá, meu filho, ele me disse, vendo que eu chorava de raiva depois de apanhar. Você não pode com ele, sabe, porque ele é maior e tem mais idade. O tempo que você perde empinando raia vem aqui no meu cazuá que vou lhe ensinar coisa de muita valia. Foi isso que o velho me disse e eu fui". Começou então a formação do mestre que dedicaria sua vida à transferência do legado da Cultura Africana a muitas gerações. Segundo ele, a partir deste momento, o aprendizado se dava a cada dia, até que aprendeu tudo. Além das técnicas, muito mais lhe foi ensinado por Benedito, o africano seu professor. "Ele costumava dizer: não provoque, menino, vai botando devagarinho ele sabedor do que você sabe (…). Na última vez que o menino me atacou fiz ele sabedor com um só golpe do que eu era capaz. E acabou-se meu rival, o menino ficou até meu amigo de admiração e respeito."
Foi na atividade do ensino da Capoeira que Pastinha se distinguiu. Ao longo dos anos, a competência maior foi demonstrada no seu talento como pensador sobre o jogo da Capoeira e na capacidade de comunicar-se. Os conceitos do mestre Pastinha formaram seguidores em todo Brasil. A originalidade do método de ensino, a prática do jogo enquanto expressão artística formaram uma escola que privilegia o trabalho físico e mental para que o talento se expanda em criatividade. Foi o maior propagador da Capoeira Angola, modalidade "tradicional" do esporte no Brasil.

"Mandinga de escravo em ânsia de liberdade, seu princípio não tem método e seu fim é inconcebível ao mais sábio capoeirista."